Novembro 5, 2024
Eleições.  Portugal teve cinco maioria absolutas em 45 anos de democracia

Eleições. Portugal teve cinco maioria absolutas em 45 anos de democracia

Em 45 anos de democracia em Portugal houve cinco maiorias absolutas nas urnas em legislativas, duas da AD (PSD/CDS/PPM), em 1979 e 1980, duas dos sociais-democratas sozinhos, em 1987 e 1991, e uma do PS, em 2005.

Noutras duas eleições, apesar de não terem concorrido juntos, PSD e CDS-PP formaram, depois, coligações políticas com maioria absoluta no parlamento que apoiaram os governos de Durão Barroso e Santana Lopes, na legislatura 2002-2005, e de Passos Coelho, entre 2011 e 2015.

Socialistas e democratas-cristãos tiveram um conjunto executivo durante escassos sete meses, em 1978, e PS e PSD foram coligados uma vez, no chamado Governo do Conjunto Médio, entre 1983 e 1985, ambos chefiados por Mário Soares.

Nas eleições legislativas realizadas desde o 25 de Abril, contando com as primeiras, de 1975, para a Reunião Constituinte, o PS foi sete vezes a força mais votada, o PSD cinco vezes, e mais três em coligações pré-eleitorais, a última das quais em 2015, designada Portugal à Frente, com o CDS-PP.

A única maioria absoluta do PS até agora no Parlamento, com José Sócrates porquê secretário-geral, foi obtida com uma diferença de murado de 900 milénio votos e 16 pontos percentuais face ao PSD, o segundo mais votado. Esta margem foi a mais curta com que uma força política conseguiu – com o método de Hondt, utilizado no sistema proporcional português – optar mais de metade dos deputados.

A maioria da Federação Democrática (AD) nas eleições intercalares de 1979 só foi conseguida somados os deputados eleitos pelo PSD na Madeira e nos Açores, o que se tornou um pouco maior a margem em relação ao PS. Neste caso, porquê em 2005, bastaram aproximadamente 45% do totalidade de votos para serem alcançadas maiorias parlamentares absolutas.

Com o social-democrata Francisco Sá Carneiro porquê primeiro-ministro, a AD reforçou o seu resultado nas urnas em 1980 e obteve a segunda maioria absoluta, com 134 deputados em 250, novamente sem precisar de chegar à metade do totalidade de votos: teve aproximadamente 47% com os votos de PSD e CDS nas ilhas.

Em contrapartida, as maiorias absolutas dos sociais-democratas sob a liderança de Conversa Silva resultaram de vitórias com mais de 50% dos votos, tanto em 1987 – eleições em que houve uma diferença recorde entre o primeiro e o segundo mais votados, de mais de um milhão e meio de votos e perto de 28 pontos percentuais – porquê em 1991.

Foi nestas duas legislaturas que os partidos à esquerda tiveram a sua menor representação na Reunião da República, reunindo menos de 40% dos mandatos, e foi também neste período que o CDS teve os seus resultados até agora em legislativas, com valores inferiores a 5 % e aquém da fásquia dos 300 milénio votos, descendo aos quatro deputados em 1987.

O melhor resultado dos democratas-cristãos continua a ser o de 1976, com Freitas do Amaral porquê líder: 876 milénio votos, 15,98% do totalidade, e 42 mandatos. Foi precisamente nestas eleições que o PSD teve a sua pior itinerário, não chegando a 1,4 milhões de votos, correspondendo a 24,35%, elegendo 73 em 263 deputados.

Em contrapartida, a menor diferença entre a primeira e a segunda força política mais votadas foram os murado de 130 milénio votos e menos de 2,5 pontos percentuais que separaram o PSD de Durão Barroso do PS de Ferro Rodrigues em 2002. Mas, com a direita em maioria, a vantagem foi suficiente para os sociais-democratas formarem um Governo maioritário, coligados com o CDS.

Nestas quatro décadas e meia, as bancadas da esquerda serviram mais algumas vezes em maioria na Reunião da República, com a maior frase parlamentar nas eleições de 2005, em que PS, PCP, PEV e BE juntos contabilizaram 143 dos 230 deputados, eleitos com perto de 59% do totalidade de votos.

Ao contrário da direita, os partidos à esquerda nunca se coligaram e unicamente em 2015, de forma inédita, negociaram acordos bilaterais que serviram de base ao novo Governo minoritário do PS, posteriormente derrubarem um executivo também minoritário PSD/CDS-PP.

O resultado de 2005 foi histórico para o PS, que superou os dois milhões e meio de votos pela segunda vez – a primeira tinha sido em 1995, com António Guterres porquê secretário-geral – e conseguiu uma maioria absoluta de 121 deputados.

O pior registo dos socialistas foi em 1985, quando apareceu o PRD e o PS, com Almeida Santos porquê candidato a primeiro-ministro, recolheu pouco mais de um milhão e 200 milénio votos, 20,77% do totalidade, que se converteram em 57 mandatos em 250.

Para o PCP, o melhor resultado até hoje foi o de 1979, quando concorreu com a coligação APU, que ultrapassou um milhão e 100 milénio votos, 18,80% do totalidade, e conseguiu 47 lugares em 250. O mais grave foi nas legislativas de 2002, coligado com o PEV na CDU: menos de 400 milénio votos, 6,94% do totalidade, e 12 deputados em 230.

O Conjunto de Esquerda (BE) estreou-se nas legislativas de 1999, elegendo dois deputados, com 2,44% dos votos, e foi crescendo em percentagens e mandatos até às mais recentes eleições, com um revés: em 2011 caiu para os 5 ,17% e 8 deputados. Em 2015 subiu para os 10,19% dos votos e elegeu 19 deputados, mas o seu recorde em número de votos, murado de 557 milénio, foi em 2009.

Até hoje, foram unicamente dois os primeiros-ministros em cargos que se apresentaram porquê recandidatos ao incumbência em legislativas e viram os seus partidos derrotados: Pedro Santana Lopes, em 2005, e José Sócrates, em 2011.

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