Novembro 2, 2024
Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de manifestar o que muitos pensam, mas poucos ousavam manifestar”

Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de manifestar o que muitos pensam, mas poucos ousavam manifestar”

Até ao surgimento do Chega, Sílvia Ramos só tinha votado em duas eleições. “A política estava desacreditada, a mesma retórica das mesmas pessoas… pensava que a continência era a melhor solução. Não estava informada o suficiente para votar”, explica esta mulher de 51 anos, que aos 34 emigrada com o marido para Genebra, Suíça. A relação com a política pátrio só mudou com André Ventura: “Agora sou uma ativista contra a continência.”

Mesmo sendo fora do país, inscreveu-se no Chega com a “esperança de parar o que está a ser feito em Portugal”. “Quero voltar”, confessou Sílvia ao telefone com o Expresso, antes das eleições. O marido e dois dos três filhos também militam no Chega, e a preocupação com o porvir é muita. “É o desespero de querer voltar e ver o nosso país desmoronando, um quebra-cabeça a que cada vez faltam mais peças. E que serão difíceis de encontrar no porvir”, resume.

Só naquele consulado em Genebra onde Sílvia passou a votar, mais de 1400 portugueses votaram no Chega nas legislativas de 2022 – 2951 votos em toda a Suíça, 14,16%, só detrás de PS e PSD. Foi o país onde o partido de Ventura alcançou a maior votação no Círculo da Europa. E com exceção da Bélgica, ficou em 3º lugar nos países registados nos dados oficiais – incluindo em França, onde teve quase 2500 votos (5,35%). Agora está primeiro na escrutínio dos votos da êxodo no círculo da Europa, com grande verosimilhança de optar dois deputados: um pela Europa, outro por Fora da Europa.

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