O parecer de gestão da Unidade Lugar de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL) pediu a destituição por “manifesta quebra de crédito política” do ministério da Saúde na “atual equipa do órgão de gestão” da Unidade.
Portugal Do dedo com Lusa
“As recentes declarações públicas da Sr.ª Ministra da Saúde, em sede de audição parlamentar ocorrida no dia de ontem [quarta-feira] constitui uma revelação de quebra de crédito política na atual equipe do órgão de gestão da ULSVDL”, afirma a gestão numa epístola entretanto enviada aos profissionais a decisão fundamentada.
“O parecer de gestão da Unidade Lugar de Saúde de Viseu Dão-Lafões, EPE posteriormente ter sido surpreendido e confrontado com as declarações de vossa vantagem na Tertúlia da República no dia de ontem [quarta-feira]de 12 de junho, entende já não reunir as condições para continuar a exercitar o seu procuração”, afirma, na epístola de destituição dirigida ao ministério da Saúde, Ana Paula Martins.
Neste sentido, “face à falta de crédito manifestada no nosso desempenho enquanto líderes e gestores, vimos apresentar a sua vantagem o nosso pedido de destituição”, escreve a gestão na missiva dirigida à ministra do governo do primeiro-ministro Luís Montenegro (PSD, direita ).
A ministra da Saúde disse, na quarta-feira, na Tertúlia da República, que “não é admissível ter em janeiro hospitais com profissionais já com o valor de horas extras anuais obrigatórias atingidas”.
Considerando que as lideranças em saúde são “fracas”, o governante afirmou que “tem de ter escrutínio, tem de ter avaliação de desempenho para os gestores”.
“Não basta que os administradores venham expressar que não têm condições. É preciso perceber de que condições precisam”, sustentou Ana Paula Martins, sublinhando que “nestas unidades, três IPO e 39 ULS [Unidades Locais de Saúde]são 15 milénio milhões de euros de impostos dos portugueses”.
Sobre as “lideranças fracas”, atualmente há urgência de atualizar a curso de gestor hospitalar, que data de 1982.
“Precisamos de gestores cada vez mais aptos ao que é um SNS [Serviço Nacional de Saúde] moderno, mais tecnológico e que necessita de mais competências, não só de gestão sobre áreas de produção hospitalar, mas na espaço de mobilização de recursos humanos, na espaço das chamadas ‘soft skills’, das competências de relacionamento e gestão de conflitos e também nas de natureza financeira”, afirmou.
A gestão da Unidade Lugar de Saúde Viseu Dão Lafões ativou em 01 de março o projecto de contingência, por falta de médicos, que implicou o fechamento exterior das urgências pediátricas de sexta-feira a domingo no período noturno.
Segundo a gestão da ULSVDL, a saída de dois médicos e a chegada do período de férias “agravaram” a situação levando ao fechamento das urgências pediátricas, desde 01 de junho, todas as noites da semana, entre as 20h00 e as 08h00 .
Numa epístola dirigida aos profissionais, o parecer de gestão lembra que foi “nomeado a 07 de março de 2024 para desenvolver um projeto multíplice de integração das instituições de saúde”.
A diz gestão que, ao longo de três meses, trabalhou na “reorganização de estruturas, alinharam-se vontades e equipas para projetar o porvir” da ULS.
“As insuficiências de recursos e as limitações da autonomia de gestão apoiaram a condicionar leste Parecer de Gestão que, no entanto, nunca se esquivou aos problemas”, assume.
O parecer termina a epístola, lembrando as palavras do ministério em sede parlamentar para emprego aos profissionais que consideram seu “obrigação apresentar hoje o pedido de destituição”.
“Para facilitar a transição para uma novidade equipa que possa liderar esta instituição em condições de perfeita pronunciação com a tutela”, defende.
As duas cartas terminam de igual maneira, com o parecer de gestão a declarar que deixa funções “com a consciência tranquila e com a certeza de que o trabalho realizado fala” pelos administradores.