A história remonta a sábado, quando o presidente da associação dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) denunciou que o Governo deixou fechar em 2023 a risco de financiamento europeia que permitia seguir com rastreios do cancro do pulmão.
Projeto em que “o próprio ministro Manuel Pizarro manifestou interesse”. E, por isso, estranha e acha inexplicável que leste financiamento não tenha sido aproveitado. “Até que zero nos foi dito, apesar das nossas insistências. O Governo deixou a risco fechar e não se candidatou. E não avançou nem com o nosso projeto, nem com outro projeto”, lamentou.
Isabel Magalhães considerou incabível que “esta oportunidade se tenha perdido”, depois de a Pulmonale ter apresentado um projeto “feito por especialistas que trabalharam ‘pro bono’” e definiram um projeto-piloto que, acrescentou, “está perfeitamente desempenado com as orientações científicas a nível internacional”.
Por seu lado, Manuel Pizarro respondeu afastando as razões financeiras e dizendo que “os novos rastreios recomendados pela União Europeia, com uma significativa taxa de Portugal (rastreio do cancro da próstata com sonância magnética; rastreio do cancro do estômago em certas comunidades; rastreio de cancro do pulmão em grandes fumadores) dependem da definição de normas técnicas adequadas e da geração de condições organizacionais adequadas”.
Todavia, a tutela parece estar sozinha nas justificações. Também a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) lamentou que Portugal esteja no “nível zero” na implantação do rastreio ao cancro do pulmão, muito porquê na prevenção desta doença, e desejou que “o novo Governo” tenha atitude dissemelhante.
Para António Morais, da SPP, “a confirmar-se esta situação”, ela constitui “obviamente um revés porque leste é um rastreio previsto e assim serão muitas as dificuldades”.
“Estamos a falar de um rastreio que tem uma eficiência de redução de 20% da mortalidade. Isto é muito significativo. Oriente ano temos duas situações que diminuem muito a nossa ação em termos de saúde pública neste contexto. Tivemos uma lei de mudança do tabaco que não chegou a ser aprovada. Foi uma lei que ficou paragem dada a rescisão do parlamento. E o rastreio que não avança”, disse António Morais.
Ora, entre associação e Governo a discussão está instalada. Mas, independentemente da discussão, há um financiamento que Portugal perdeu. Ou deverá dizer-se mais um financiamento? Porquê noticiava o Expresso no termo do ano: “PT2020 tem mais milénio milhões de euros de fundos da coesão por executar até ao final de 2023”. Neste caso particularmente inexplicável, tanto pela taxa de incidência do cancro do pulmão, porquê pelo facto de, em novembro do ano pretérito, ter sido anunciado o dilatação dos programas de rastreio oncológico aos cancros do pulmão, da próstata e do estômago que acabaram por ser incluídos no Orçamento do Estado para 2024.
*Com Lusa