Novembro 8, 2024
Investimento estrangeiro a fugir de Portugal?  “Não é só da crise política”

Investimento estrangeiro a fugir de Portugal? “Não é só da crise política”

O presidente da Associação Mercantil do Porto dá nota baixa ao desempenho do ministro da Economia neste Governo.

Socorrendo-se da imagem de um professor que tem de limitar uma classificação a um estudante, Nuno Botelho daria “um 10” António Costa Silva.

“É um varão sériohum varão com ideiasmas que não tinha peso político neste Governo por conferência com o seu predecessor, Pedro Siza Vieira”, aponta o empresário e jurista no habitual espaço de observação no programa ‘Manhã, Manhã’.

Esta semana, à margem da conferência “Portugal: Um país condenado a ser pobre?”co-organizado pela Renascença e pela Câmara Municipal de Vila Novidade de Gaia, António Costa Silva revelou que uma crise política precipitada pela deposição do Governo poderá ter posto a perder, pelo menos, um investimento avultado de um consórcio europeu devotado ao tecido de baterias eléctricas.

“É verdade que a crise política está aí e, obviamente, tem influência. Mas não é só da crise política”, defende Nuno Botelho.

O problema, diz, é que “há muito tempo que o país deixou de olhar para as empresas, para a geração de riqueza e para a captação de investimento estrangeiro porquê um pouco prioritário”.

PRR foi uma “oportunidade completamente perdida”

Em vez disso, o presidente da Associação Mercantil do Porto acusa o Estado português de ser “muito pouco camarada das empresas”num país com dois milhões de pobres, “que é muito mais do que deveríamos ter para um país cá desenvolvido”, rematou, parafraseando o ministro da Economia.

Por isso, a pergunta: “se temos isso tudo, porquê é que não conseguimos captar o investimento? O que falhou para que isso aconteça?”

A resposta é pronta: “não foi uma crise política, foram as teias da burocraciauma dificuldade que existe em licenciar uma série de coisas em Portugal”.

Um problema que, para o presidente da Associação Mercantil do Porto, radica numa conduta da Gestão Pública que classifica de “arrogante” e que “nos vai colocar em situações muito difíceis, o que se torna complicado para as empresas criarem riqueza e criarem empregos qualificados, que é bom para o país”.

Setentrião da semana

COP 28. “Mais de 200 países ratificaram o texto final da Cimeira da ONU sobre alterações climáticas. O texto aponta, pela primeira vez, para uma clara eliminação dos combustíveis fósseis até 2050. Isso é um pouco muito positivo e eu acho que apesar de algumas lacunas no texto – nomeadamente a exiguidade de metas objetivas – o facto de ter consenso sobre esta material é um oferecido muito positivo num mundo cada vez mais em convulsão”.

Desnorte da semana

Rede UNIR. “A teoria é positiva e veio unificar a rede de transporte rodoviário do Grande Porto. Arrancou a 1 de dezembro, mas o que se obteve é ​​que zero estava pronto: os horários estavam por vulgarizar; os que foram divulgados, não foram cumpridos; as restrições dos ônibus estavam errados. Apareceram, aliás, mensagens em alguns ônibus em sueco. Assim é convencer as pessoas a usarem os transportes públicos, a não ser que não tenham a mesma opção”.

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