Setembro 20, 2024
Já arderam mais de 62 mil hectares em Portugal. Governo decreta situação de calamidade

Já arderam mais de 62 mil hectares em Portugal. Governo decreta situação de calamidade

Sistema Copernicus diz que mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo. Governo declara situação de calamidade nos municípios afetados.

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O governo secreto situação de calamidade nos municípios afetados pelos incêndios florestais que assolam o país. A decisão foi tomada no Conselho de Ministros Extraordinários que foi tomada na tarde desta terça-feira.

O primeiro-ministro Luís Montenegro refere que, em situação de calamidade, uma equipa multidisciplinar coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial poderá oferecer, desde já, “um abrigo para os próximos dias” a “quem não tem casa”.

Montenegro acrescenta que também será possível prestar apoio “imediato e urgente” a “quem não tem meios de subsistência para se alimentar e vestir”, sublinhando que está a ser feito o levantamento de todos os prejuízos de modo a que “haja celeridade para todas as respostas possíveis”.

Luís Montenegro adiantou também que, “se possível”, o governo não deixará de acionar o Fundo Social Europeucaso se “verifiquem os requisitos”.

“As horas difíceis ainda não terminaram”alertou o primeiro-ministro, prometendo punir quem ateia fogos. “Não vamos regatear nenhum esforço na ação repressiva. Não podemos perdoar a quem não tem perdão”, Vincou Montenegro.

Marcelo: “Não podemos ter a tentação da facilidade”

O presidente da República, que também participou no Conselho de Ministros extarordinário, começou por destacar a “serenidade” dos portugueses.

“Foi bom que o primeiro-ministro e o presidente da República não fizeram uma mensagem facilitadora”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Não podemos ter a tentativa de facilidade. Não podemos garantir que o dia de hoje não tenha ainda uma projeção daquilo que foi vívido nos últimos dias, mas esperamos que amanhã e depois de amanhã seja já muito mais claro o efeito do combate corajoso das situações, dos operacinais da Proteção Civil, das Forças Armadas, da GNR e dos meios aéreos”.

O chefe de Estado expressou solidariedade “institucional” e “estratégica” para com o governo.

64 incêndios ativos

Às 20 horas desta terça-feira, de acordo com a Proteção Civil, permaneciam em curso 64 incêndios, sendo o centro e o norte as regiões que concentram o maior número de ignição.

No início da noite, foram contabilizadas 30 ocorrências significativas que mobilizaram 3.888 operacionais, bem como 1.208 meios terrestres, não estando a operar quaisquer meios aéreos.

São 25 os municípios afetados, 15 deles no norte e 10 no centro. Esta terça-feira, registaram-se, até ao último balanço do dia, 213 ignições, 125 durante a madrugada e as restantes ao longo do dia.

“É necessária a redução do número de ignições. Este número não é comportável porque significa que não estamos a adotar os nossos comportamentos às condições extremas, à situação que é complexa”, afirmou o comandante da Proteção Civil.

A noite vai ser um período complicado“, avisou ainda André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, invocando o “vento forte, do quadrante leste”, e frisando a necessidade de “reduzir o número de ignições, em particular as noturnas”.

André Fernandes rejeitou que tenha sorte “descoordenação” no trabalho dos operacionais no combate aos fogos.

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“Compreendemos e aceitamos as críticas, mas, numa situação tão complexa, é normal que os meios não cheguem”.

“Não há falhas na rede SIRESP”, garantiu, alertando que esta quarta-feira será um “dia de trabalho intenso” e avançando que “os incêndios na região de Coimbra já têm condições de estabilização”.

Mais complicado é o complexo de fogos no distrito de Aveiroque segundo indicou o Comandante Nacional da Proteção Civil, tem uma extensão de 100 quilômetros.

De acordo com a proteção Civil, há seis aviões estrangeiros para combater os fogos florestais em Portugal. às duas aeronaves vindas de Espanha, que já iniciaram a operação na segunda-feira, juntam-se mais quatro meios aéreos: os dois de França, que iniciaram a atividade no início da tarde, e os dois de Itália, que começaram a trabalhar a meio da tarde, sendo que os seis aviões vão obrigar o trabalho de combate às chamas nesta quarta-feira.

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Morte de três bombeiros

Três bombeiros morreram durante combate a um incêndio em Tábua. A informação foi divulgada na Euronews pela fonte da Liga dos Bombeiros Portugueses.

O carro onde seguimos terá sido apanhado numa frente de fogo, com um dos bombeiros a ser encontrado carbonizado. As circunstâncias em que o acidente aconteceu ainda estão a ser apuradas. Os bombeiros, um homem e duas mulheres, seguiram no carro para Vila do Mato, na região de Coimbra. Há ainda um relator de outros dois bombeiros feridos sem gravidade.

Desta forma, ou balanço atual de mortes mortais sobe para sete: quatro bombeiros e três civis.

Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu, dizendo-se “profundamente consternado com o acidente com uma viatura de bombeiros, causando o falecimento de três bombeiros”. Em comunicado, Luís Montenegro também invejosa condolências às famílias dos bombeiros.

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“Expresso as mais sentidas condolências às Famílias e à corporação destes três heróis que deram a vida pela defesa de Portugal e dos Portugueses. A maior homenagem que eles podemos prestar é continuar a luta, como eles fizeram”, é possível ler na nota enviada às redações.

Mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo

A área ardida em Portugal continental desde domingo já ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim da semana, já arderam 47.376 hectares.

As zonas mais afetadas localizam-se na Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 47.376 hectares de área ardida, 75% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega a 62.646 hectares.

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“Proximidade e rapidez” para danos causados

O Ministro Adjunto e da Coesão TerritorialReuni-se esta terça-feira com as autarcas de Aveiro, devido aos incêndios que afetaram a região.

“O princípio tem de ser proximidade e rapidez como método para fazer com que as pessoas lesionadas sintam que alguém está a olhar por elas” explicou aos jornalistas à chegada ao encontro. “O Governo tem de estar aliado às autarcas para nos coordenarmos”, afirmou.

Manuel Castro Almeida não descarte a possibilidade de se reunir com outras autarcas de outras áreas afetadas. Questionado sobre o tempo que passa em Aveiro, o distrito mais afetado pelos fogos nesta atura, o ministro afirmou “ter mala feita para três dias”.

IPMA mantém oito distritos sob aviso amarelo devido ao calor

No terreno, as condições de combate ao fogo deverão continuar difíceis com o IPMA a manter os avisos devido ao calor.

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Oito distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo devido ao calor, segundo informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O aviso estará em vigor até, pelo menos, às 18h00 desta terça-feira.

Num comunicado, o IPMA disse que os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob alerta devido à “persistência de valores elevados da temperatura máxima”.

Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De recordar que o Governo prolongou a declaração de situação de alerta até às 23h59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira.

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Incêndios provocam corte de estradas

Os incêndios estão a provocar vários constrangimentos ao nível da circulação rodoviária, com a Proteção Civil a desaconselhar as viagens para as áreas afetadas, nomeadamente para o distrito de Aveiro.

Esses são os principais cortes:

Incêndios: Von der Leyen quer discussão sobre reparações e adaptação

O presidente da Comissão Europeia defendeu que é preciso financiar uma “necessidade crescente de adaptação e acessórios” face a fenómenos meteorológicos adversos. Ursula von der Leyen falou sobre o propósito dos incêndios em Portugal e também das cheias que atingiram vários países da Europa Central.

“É uma questão cada vez mais importante e é uma coisa que nós, enquanto europeus, precisamos de perceber: como é que podemos financiar a necessidade crescente de adaptação e acessórios que vai ser necessária nos próximos anos”, face a fenómenos meteorológicos adversos, adquiridos .

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Depois do pedido de ajuda português ao abrigo do mecanismo europeu de Proteção Civil, o presidente da Comissão Europeia informou que os Estados-membros estão a “apoiar tanto quando for possível neste momento de crise”.

Sobre os oito aviões enviados pela União Europeia, de acordo com o último balanço da Proteção Civil, os meios espanhóis enviados já estão a atuar desde as 9h00 desta terça-feira. Os meios franceses já aterraram em território luso, podem começar a operar ainda durante a tarde. Os meios italianos deverão chegar durante a tarde.

Quanto à Grécia, a situação é um pouco mais complexa. Os aviões ainda não foram transportados devido a condições adversas.

Quatro pessoas constituídas arguidos por fogo posto em Valongo

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta terça-feira, que constituiu arguidos quatro funcionários da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, por suspeitas de causarem um incêndio florestal.

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Em comunicado, a PJ explicou que o O incêndio foi originado pela “utilização indevida” de “máquinas agrícolas, uma roçadora de disco metálico”cuja utilização é proibida devido à situação de alerta que o país atravessa.

Este incêndio ocorreu na segunda-feira, em Campo, no distrito do Porto, tendo as chamas consumidas cerca de um hectare de mancha florestal e causado danos em viaturas e unidades fabris.

“Os arguidos, sem antecedentes criminais, prestaram termo de identidade e residência e foram interrogados sobre os factos em investigação”, concluiu a PJ em comunicado.

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