Após vencer como eleições legislativas de 10 de marçoo líder da Aliança Democrática (AD) e do Partido Social Democrata (PSD), da coalizão da direita tradicional portuguesa, Luís Montenegro foi oficialmente nomeado primeiro-ministro de Portugal nesta quinta-feira (21/03) e, com isso, vitória as negociações para formar o novo governo.
O anúncio foi feito por meio de um comunicado divulgado no site da presidência. O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa relatou que, após a vitória da AD nas eleições e das consultas com todos os partidos que conquistaram cadeiras no Parlamento, decidiu nomear Montenegro.
O novo primeiro-ministro, com 51 anos, assumiu o lugar de António Costa, do Partido Socialista (PS), que esteve no cargo há quase uma década e renunciou em meio a denúncias de suposta corrupção em licitações, caso que ainda está sendo investigado.
À imprensa, Montenegro antecipou que revelará a composição de seu governo em 2 de abril, data marcada para a celebração da posse.
De acordo com o resultado integral das eleições realizadas há dez diasincluindo os votos dos portugueses que vivem no exterior, a AD venceu por uma margem muito estreita sobre o PS.
Por meio de coligações, o partido do novo prêmio obteve 28,8% dos votos e 80 de um total de 230 deputados, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna. Trata-se de um número muito aquém do mínimo de 116 deputados necessários para a maioria absoluta.
Por outro lado, o PS liderado por Pedro Nuno Santos foi a segunda legenda mais votada, com 28% e 78 deputados.
Sem maioria estável no Parlamento, Montenegro terá o desafio de se entender com a extrema-direita do partido Chega, que se consolidou como a terceira força política portuguesa. A sigla liderada por André Ventura conquistou 50 cadeiras no Parlamento, com uma classificação final de 18,1% nas urnas.
Na segunda-feira (18/03), Ventura havia ressaltado seu desejo de chegar a um acordo com a direita moderada para formar uma maioria estável, sem necessariamente se juntar ao governo, enquanto ameaçava se opor a ele caso o mesmo se recusasse a abrir negociações.
Vale lembrar que em 10 de março, logo após a vitória confirmada, Montenegro reforçou seu compromisso de não negociar com o partido extremista.
“Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia tamanha maldade que seria descumprir compromissos que assumiam de forma tão clara”, disse o líder da AD, na ocasião.
Ao prometer, nesta quinta-feira, uma lista “com elementos dos partidos que compõem a Aliança Democrática e da sociedade” para integrar o governo, Montenegro tampouco citou nomes nem indicados possíveis ministros da Iniciativa Liberal, o partido de direita que ficou em quarto lugar nas eleições conquistando 4,94% dos votos, e oito deputados.
Com RFI e
Brasil de Fato