Da Redação com Lusa
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse nesta quinta-feira que o Governo português tem uma “visão humanista” sobre as migrações, afirmando que “linguagens de portas todas fechadas” não fazem parte do léxico do Executivo.
A ocorrência de Leitão Amarão surgiu no final do Conselho de Ministros, depois do Patriarca de Lisboa, Rui Valério, ter criticado a eventualidade do Governo importar quotas para imigração numa entrevista à Rádio Renascença na quarta-feira.
“O Governo tem uma visão sobre as migrações, quer a emigração portuguesa para o estrangeiro quer a imigração para Portugal, realista, humanista”, salientou o governante.
Leitão Amaro afirmou que o Governo encontrou uma “política migratória em verdadeiro descontrolo, com um caos operacional total sem capacidade de resposta no aparelho público, com regras erradas relativamente à entrada”.
De acordo com o ministro da Presidência, responsável pela tutela das migrações, o Governo, face ao que encontrou, teve de “rever as regras, mudar a organização, ajustar os procedimentos e criar novas soluções”.
“Temos várias regras que são distantes para uma imigração que chamamos migração regulada, mas é uma abordagem humanista, que sabemos que há migrantes econômicos e há pessoas que precisam, os chamados requerentes de proteção internacional de asilo, pessoas em perfeita fragilidade que temos um dever humanitário de acolhimento”, realçou.
“Linguagens de portas todas fechadas, de exclusão desumana de pessoas em carência total não fazem parte no nosso léxico”, sustentou.
Com uma visão política de migração regulada, humanista e realista, Leitão Amaro reforça que as portas não estão “escancaradas nem totalmente fechadas”.
“Este é um Governo que acredita, por um lado, numa imigração regulada com fiscalização com ordem e, por outro lado, numa imigração humanista, e isso significa não apenas relativamente à entrada, mas também a integração dos que chegam, que obviamente foi outra da área em que o aparelho do Estado estava profundamente em falha com seres humanos a quem abrimos as portas e depois esquecemos e ignoramos e não tratamos bem”, acrescentou.
Na quarta-feira, Rui Valério disse à Rádio Renascença que importar quotas para a imigração pode “condenar alguém a condições de sobrevivência, senão mesmo de morte”.