Da Redação com Lusa
O presidente do PSD defendeu melhor este domingo que a “verdadeira política de instabilidade” em Portugal é na oposição e acusou os líderes do PS e do Chega de estarem “desesperados e desorientados” quanto às negociações do próximo Orçamento do Estado.
No encerramento da Universidade de Verão do PSD, iniciativa de formação de jovens que termina hoje em Castelo de Vide (Portalegre), Montenegro deixou ainda um aviso, baseado na sua verdade: “Este governo não precisa de eleições para governar ou se relegitimar. Temos o suficiente para cumprir o nosso programa, assim haja responsabilidade política em Portugal para não haver um bloqueio governativo”.
“A minha certeza é que, neste momento, o país está com o Governo, aquilo que não sabemos é se a oposição vai estar com o país”, disse.
Numa intervenção de cerca de 40 minutos, o primeiro-ministro defendeu que, “ao contrário do que muitos vaticinaram, Portugal não tem nenhuma instabilidade no Governo, em Portugal não há nenhuma instabilidade política tirando a da oposição”.
“A verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos”, disse.
Troikista
O primeiro-ministro defendeu a escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia e afirmou que, em Portugal, “os pais e as mães” das políticas de austeridade impostas externamente foram sempre governos do PS.
“Se há uma coisa que os portugueses sabem é que, em Portugal, os ‘troikistas’ são os socialistas. A história é mais do que ilustrada, sempre que houve ‘troika’ em Portugal os pais e as mães das políticas de austeridade que as ‘troikas’ trouxeram foram os governos do PS. É factual, não é nem sequer suscetível de oposição”, disse Luís Montenegro.
O presidente do PSD e primeiro-ministro responderam às críticas da esquerda pela escolha do ex-ministro das Finanças do Governo de Passos Coelho para comissária europeia, considerando que é um exemplo da “desorientação” da oposição, que também acusa o Governo PSD/CDS -PP de ser eleitoralista.
“Então se fosse eleitoralista eu buscaria um rosto da ‘troika’? Isso seria contraditório entre si”, disse, considerando que ambas as acusações “são mentira”.
Numa intervenção de cerca de 40 minutos, Montenegro estendeu a crítica de desorientação da oposição ao tema das presidenciais, que incluiu na moção de estratégia global com que se recandidata à liderança do PSD.
“Vieram dizer que o presidente PSD teve outra manobra, de desviar as atenções para as eleições presidenciais”, afirmou, considerando que só por “desonestidade, distração ou imaturidade” se critica a inclusão deste tema numa ação que tem por horizonte os próximos dois anos , já incluindo as presidenciais de janeiro de 2026.
Montenegro ironizou que estranho seria se se apresentasse às eleições internacionais no PSD marcadas para sexta-feira sem dizer qual a sua estratégia para os próximos atos eleitorais.
“Haja bom senso, encarem-se as coisas com a naturalidade que têm. Está lá escrito que as candidaturas que nós podemos vir a apoiar não vão nascer no PSD, está lá dito vamos olhar para a disponibilidade de pessoas na nossa área política, preferencialmente nossos companheiros, porque temos quadros no nosso partido para exercer condignamente esta função”, afirmou .
A este propósito, o líder do PSD aproveitou para destacar a autorização e imparcialidade do atual e anterior Presidente da República, antigos líderes do partido, Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva.
“Podemos acusá-los de muita coisa mas há uma que não pode é pôr em causa a sua isenção e a sua imparcialidade e a forma como nunca, nunca, nunca favoreceram o partido de onde vinham”, afirmou.
Na moção de estratégia global de Luís Montenegro, refere-se que o PSD irá aguardar pela disponibilidade de “militantes do partido com competência e qualificação pessoal e política para o cargo”.
A moção defende que há nos quadros do PSD “militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na OTAN , na CPLP”.
Ainda assim, ressalva-se que a opção reforçada pelo PSD será “necessariamente abrangente e merecedora da confiança dos candidatos de outras áreas políticas ou sem vínculo de identidade política pré-definida”.
“Uma candidatura dirigida a todos os portugueses sem exceção ou discriminação”, refere o texto.