Neste momento, Portugal aposta no papel de mediador, papel que acabou por obter depois da resguardo que fez nas Nações Unidas para que a Palestina fosse membro de pleno recta da ONU. Em 10 de maio, a Plenário Universal das Nações Unidas concedeu “direitos e privilégios adicionais” à Palestina, defendendo que o Recomendação de Segurança lhe atribuiu o regime de “membro pleno” . Os Estados Unidos, que já vetaram a solução até 10 de abril, ameaçam continuar a bloquear a adesão plena da Palestina à ONU.
O Governo português pretende influenciar a Europa — secção dela, incluindo a Alemanha, menos favorável à motivo palestiniana — e aposta em fazer pontes, o que é a principal razão para não seguir para o reconhecimento da Palestina ao mesmo tempo que a Espanha (a Irlanda e a Noruega).
No domingo à tarde, haverá uma novidade rodada de sossego em Bruxelas, em que a Arábia Saudita e outros Estados do Golfo se reúnem com alguns países europeus. Portugal vai participar.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel concedeu o voto de Portugal nas Nações Unidas em prol dos “privilégios adicionais” a conceder à Palestina “um gesto inédito na diplomacia portuguesa”.
Ao lado do seu homólogo espanhol, o ministro dos Estrangeiros José Manuel Albares, Rangel afastou-se a 14 de maio do reconhecimento subitâneo do Estado palestino: “No caso português, o que consideraremos adequadamente neste momento foi fazer esse voto favorável sem qualquer saúde, mas não avançaremos para o reconhecimento formal.”
Nessa conferência de prensa em Madrid, Rangel afirmou que Portugal quer apostar no papel de mediador. Disse o ministro dos Negócios Estrangeiros que “cada Estado tem a sua vocação e tem a sua forma de olhar para esta questão”, lembrando que Portugal “está a desempenhar um papel importante” junto dos seus parceiros europeus “que eram mais relutantes” em votar favoravelmente a moção pró-Palestina da ONU.
“Consideraremos que a posição que tomaremos foi a posição certa. É a posição certa para trazermos alguns Estados mais hesitantes, com dúvidas”, disse Rangel.
O emissário de Israel em Portugal, Dor Shapira, é que está em clara junção com o Governo. No dia 10 de maio, quando a conta no X do Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou o voto em prol de Portugal na Plenário Universal da ONU, Dor Shapira criticou a mesma rede social. “A única via para a sossego é a libertação dos reféns, a não existência de organizações terroristas em Gaza e a realização de conversas diretas entre israelenses e palestinos. Se a comunidade internacional se concentra nisso e não em resoluções ridículas, talvez a sossego chegue mais depressa”, escreveu o emissário de Israel em Lisboa.
Desempenado com o Governo, o Presidente da República não se trata de ser leste “o momento adequado para dar esse passo” — o reconhecimento formal da Palestina. “Quando for adequado, será adequado”, disse Marcelo.