Setembro 20, 2024
Portugal “de braços abertos” ao investimento angolano, diz Montenegro |  Diplomacia

Portugal “de braços abertos” ao investimento angolano, diz Montenegro | Diplomacia

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, disse esta quarta-feira que Portugal está “de braços abertos” para o investimento angolano e que pode ajudar também a abrir as portas da Europa às empresas angolanas.

Luís Montenegro, no seu segundo dia de visite a Angoladirigiu-se a empresários angolanos e portugueses presentes no Fórum Económico Portugal-Angola, depois de visitar a Feira Internacional de Luanda (Filda), onde percorreu o pavilhão de Portugal e conversou com os responsáveis ​​de algumas das 20 empresas nacionais presentes.

O primeiro-ministro afirmou que o executivo tem a intenção de ter um regime fiscal mais amigo do investimento para atrair investimento para Portugal, numa referência implícita à proposta do Governo de descida do IRC dos actuais 21% para 15% em três anos.

O chefe do Governo realçou que há muitas empresas portuguesas que já estão a exportar e que são direcionadas para as exportações angolanas e que Portugal está “de braços abertos” para acolher em Portugal de empresas angolanas.

“Nós estamos mesmo de braços abertos para que possamos acreditar na economia portuguesa”, disse aos empresários, sublinhando que “Angola abre às empresas portuguesas as portas desta região, deste continente, e Portugal abre para as empresas angolanas as portas da Europa, as portas de outro grande mercado”.

“Estamos interessados ​​em captar, em atrair os seus investimentos”, exortou, frisando que existem em Portugal recursos humanos “de primeiríssima qualidade”, estabelecimentos de ensino superior “de excelência” e potencial de conhecimento adquirido em muitas áreas da economia para poder acolher esses investimentos.

“A minha presença aqui é também para vos dizer isso, para vos dizer (…) que nós confiamos muito naquilo que as empresas portuguesas podem fazer em Angola, mas quero também que os angolanos saibam que nós confiamos muito naquilo que os angolanos podem fazer em Portugal”, insistiu.

O chefe do Governo português afirmou que as decisões de investimento cabem às empresas, mas garantiu que, do lado do executivo, o objectivo é facilitar os investimentos através das políticas públicas e fazer emergir o potencial que existe nas organizações e nas pessoas.

Montenegro usou a expressão tradicional angolana “estamos juntos” para destacar a proximidade no relacionamento político e económico, acrescentando que sectores estratégicos para Angola como agricultura e pescas o são também para Portugal. Mas também “juntos na língua” e na ligação de amizade e cultural.

O ministro do Comércio e Indústria angolano, Rui Miguéns de Oliveira, abordou também no Fórum a importância do sector privado, “coluna vertebral” da economia angolana, dizendo que a segurança alimentar é um desígnio nacional” para os próximos tempos.

E acrescentou que Angola quer parcerias com “todos os que queiram trabalhar para esse efeito e designado como exemplo de colaboração o sector dos vinhos, em que a experiência dos empresários portugueses pode ajudar Angola na produção, sendo um “espaço de complementaridade para produtores portugueses crescerem com empresários angolanos”.

Pedidos de apoio a PME em Angola “já têm eco”

O primeiro-ministro respondeu a apelos de apoio às pequenas e médias empresas (PME) portuguesas a operarem em Angola, dizendo que estes “já têm eco” no desenho das políticas e instrumentos de financiamento do Governo português.

No encerramento do Fórum de Negócios Angola-Portugal, dedicado ao tema do sector agro-alimentar, no âmbito da visita oficial a Angola que termina na quinta-feira, Montenegro disse que “além dos reflexos que o aumento da linha de crédito Portugal-Angola que ontem [terça-feira] anunciei, em 500 milhões de euros, nós temos em Portugal, através da intervenção do Banco Português de Fomento, uma linha de apoio à internacionalização das nossas empresas com fundos europeus – InvestEU – que ascende a 3600 milhões de euros, dos quais 2500 milhões estão destinado precisamente às pequenas e médias empresas”, frisou.

Para além disso, acrescentou, “o Governo está empenhado também em ajudar aqueles que já foram PME a agora ascenderem à categoria de grandes”.

Numa intervenção feita antes no mesmo Fórum, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, conheceu-se directamente a Luís Montenegro, a quem pediu que, no financiamento às empresas que trabalham em Angolaque “guardem uma fatia de 10% para as PME”, sublinhando que este foi também um desejo já expresso pelo embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte

Empresários ouvidos pela Lusa na Filda reclamaram-se também de falta de apoio às PME exportadoras e das dificuldades de acesso aos programas de internacionalização e de investimento, defendendo soluções mais direcionadas para este tipo de empresas

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