O Governo de Portugal vai ajudar a Colômbia a emitir passaportes, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros colombiano, Luis Gilberto Murilo. Será construída uma fábrica para o efeito.
Segundo explicou Luis Gilberto Murillo nesta terça-feira, o novo modelo de emissão “implica uma maior participação do público, mas também soberania sobre os dados” de quem solicita o documento de viagem. “Nesse sentido, o Governo de Portugal foi escolhido (…) porque ofereceu as melhores garantias, sobretudo no pacote de cooperação, que é uma combinação da implementação do modelo de emissão de passaportes”, afirmou o chefe da diplomacia colombiana.
Murillo sublinhou que a emissão do documento “está garantida” e que os cidadãos “podem estar descansados”, uma vez que Portugal irá ajudar a instalar infra-estruturas que permitirão à Imprensa Nacional da Colômbia assumir integralmente a emissão deste documentoa partir de 2025. O ministro acrescentou que a empresa Thomas Greg and Sons, que nos últimos 17 anos foi responsável pela emissão de passaportes colombianos, continuará a emitir os documentos até Setembro de 2025.
O anterior chefe da diplomacia, Álvaro Leyva, decidiu terminar o contrato com a Thomas Greg and Sons, que tinha ainda três anos de validade. Após tentar, sem sucesso, um acordo de conciliação com o Governo colombiano, em Dezembro, a empresa anunciou uma acção judicial contra o Estado da Colômbia por 117 mil milhões de pesos (25,5 milhões de euros).
O Governo suspendeu o concurso em Fevereiro, após o Ministério Público ter afastado, de forma provisória, Álvaro Leyva, devido a eventuais irregularidades no processo de concurso de passaportes. O Presidente colombiano, Gustavo Petro, nomeou como ministro dos Negócios Estrangeiros Murillo, que foi embaixador da Colômbia nos Estados Unidos, nomeação que se tornou definitiva em Maio, com o afastamento definitivo de Leyva.