A pergunta não questiona o partido em quem os portugueses vão votar, mas sim a pessoa que acham que vai lucrar
Mesmo com o país mergulhado numa crise política motivada por uma investigação judicial que fez desabar um governo bem pelo Partido Socialista (PS), era precisamente esse o partido que venceria as eleições caso elas se realizassem já no próximo domingo.
É isso que diz uma sondagem realizada pela Aximage para a TVI e CNN Portugal que inquiriu 504 pessoas, que acabou por dar uma vitória tangencial aos socialistas.
De consonância com os dados, o PS conseguiu 26% dos votos, ganhando as eleições mas ficando muito longe da maioria absoluta alcançada há menos de dois anos, conseguida com 41,37% dos votos. Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro (na foto) já pontuaram a sua candidatura à liderança do PS.
Quem parece não conseguir capitalizar o momento de turbulência é o PSD, que volta a permanecer em segundo lugar – não consegue ir além dos 25%, ficando mesmo detrás dos 27,67% apurados em 2022.
História muito dissemelhante para o Chega. André Ventura já disse que acredita que o partido pode ultrapassar os sociais-democratas e tornar-se uma maior força de oposição. A sondagem indica que isso pode não estar para tão perto assim, mas os 17% atribuídos pelos inquiridos fazem o Chega solidar a posição uma vez que o terceiro partido do sistema político português, com aquilo que seria uma subida de 10 pontos percentuais face a 2022.
Notícias também animadas para Conjunto de Esquerda e Iniciativa Liberal, que conseguem ver as votações crescerem. No primeiro caso, e a julgar pela sondagem realizada, há mesmo uma subida de 4,40 pontos percentuais para 8%, enquanto os liberais sobem de 4,91% para 6%.
Menos boa é a prestação da CDU, que desce dos já curtos 4,30% de 2022 para unicamente 3%. Em sentido contrário aparecem Livre ou PAN, que duplicaram as votações obtidas em janeiro do ano pretérito.
Já o CDS, que ficou pela primeira vez em fóruns do parlamento nas últimas eleições, pode voltar a perder votos, uma vez que unicamente 1% dos inquiridos demonstrou vontade de votar no partido de Nuno Melo.
Analisando por regiões, é na Dimensão Metropolitana de Lisboa e no Sul e Ilhas que o PS reúne maior suporte. São 32% e 42%, respetivamente, os inquiridos a optar pelos socialistas, que descem consideravelmente em todas as outras influências geográficas, atingindo um mínimo de 15% na região Meio, onde o PSD tem 33% das divergências dos inquiridos.
Tudo isto numa base em que 79% dos inquiridos disseram que tencionam votar nas próximas eleições legislativas, o que, a transportar para o quadro pátrio, consistiria numa taxa de participação excecionalmente elevada.
Ficha Técnica
Objetivo do estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage – Informação e Imagem Lda. para a CNN-Portugal, Media Capital sobre temas da atualidade política pátrio.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.
Modelo: Amostragem por cotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo divulgado, reequilibrada por gênero (2), grupo etário (4) e região (4). A modelo teve 504 entrevistas efetivas; 111 entre os 18 e os 34 anos, 140 entre os 35 e os 49 anos, 131 entre os 50 e os 64 anos e 122 para os 65 e mais anos; Setentrião 183, Meio 109, Sul e Ilhas 62, Dimensão Metropolitana de Lisboa 150.
Técnica: Emprego online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um tela de indivíduos que preenchem as cotas pré-determinadas; O trabalho de campo ocorreu entre 10 e 13 de novembro de 2023. Taxa de resposta: 89,84%.
Margem de erro: O erro sumo de amostragem deste estudo, para um pausa de crédito de 95%, é de + ou – 4,4%.
Responsabilidade do estudo: Aximage – Informação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.