Quem circula por uma cidade porquê São Paulo sabe que não existe mais horário de pico no trânsito. Tirando a madrugada, você pode transpor em qualquer hora do dia e vai encontrar congestionamento de carros.
Essa concentração de veículos na imensidão de asfalto deixa a qualidade do ar sofrível. Some isso a uns dias sem chover e pronto: você consegue enxergar aquela categoria cinza no firmamento. E a poluição ataca rinite, te faz espirrar, nariz escorrer e a goela secar.
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Quem não mora em São Paulo pode até descobrir que estou exagerando, mas passa um mês cá para ver se não é verdade. E olha que adoro a minha cidade, não troco ela por zero. Mas não dá para fingir que esses problemas não existem.
Em maior ou em menor proporção, essa é a verdade de vários locais no mundo. E os especialistas discutem há bastante tempo uma escolha para enfrentar esses desafios da modernidade.
Veículos elétricos? Investimento em transporte público de qualidade? Tirar os caminhões do núcleo expandido? Aumentar o número de bolsões verdes? Retomar a inspeção veicular obrigatória?
Todas essas ideias têm o seu valor. Uma delas, no entanto, me chamou a atenção. Principalmente pelo seu relativo insignificante dispêndio. Um estudo realizado na Suíça apontou que as bicicletas elétricas podem ter um papel meão na tentativa de desafogar as grandes cidades.
Bikes elétricas são o porvir?
- Pesquisadores da Universidade de Lausanne descobriram que mais da metade dos proprietários de e-bikes passaram a usar menos seus carros depois de comprar uma bicicleta elétrica.
- O levantamento também mostrou que quase um quinto desses proprietários se livraram completamente do sege ou desistiram da intenção de comprar um.
- Ou seja, o veículo teve um impacto gigantesco na rotina e na forma porquê as pessoas viajam.
- O estudo também afirma que 58,7% dos proprietários utilizam a sua bicicleta elétrica para uma combinação de lazer e transporte, enquanto 32,1% a usam exclusivamente para o trabalho.
- Os pesquisadores ouviram mais de 1490 pessoas.
- Algumas dessas entrevistas, porém, datam de 2018, apesar de a pesquisa ter sido publicada na última semana.
Além dessa questão da data, você aí do outro lado deve estar se coçando para falar: “mas, Bob, não dá para confrontar a Suíça com o Brasil, né?”.
E, sim, você está correto (a). Lausanne é uma cidade infinitamente menor do que São Paulo, por exemplo. E bota menor nisso! A espaço da primeira é de aproximadamente 41 quilômetros quadrados. São Paulo tem mais de 1.500 quilômetros quadrados! Isso sem recontar a infraestrutura e a maior oferta de ciclofaixas (proporcionalmente falando). E a questão importantíssima da segurança.
As pessoas se sentem menos protegidas numa bike do que em um sege. E alguém que mora na Zona Setentrião da cidade não vai pegar uma e-bike para encruzar a Marginal Tietê e a Marginal Pinheiros até chegar na Zona Sul.
Eu entendo todos esses pontos. Continuo sustentando, no entanto, que a bicicleta elétrica pode fazer secção da solução.
Ela pode ser usada para a cobertura de distâncias menores – e você sabe que tem gente que pega o sege para ir até na panificação da esquina. Só isso vai tirar milhares de veículos das ruas, ajudando na subtracção da poluição.
A e-bike também é muito mais barata do que um sege elétrico. E poderia ser vendida a preços mais acessíveis se o governo adotasse qualquer tipo de incentivo para o setor.
Falando em governo, é evidente que seriam necessárias algumas obras estruturais para permitir uma circulação mais fluida das bikes. E talvez um aumento no efetivo policial para aumentar a sensação de segurança.
É utopia? Pode até ser. O que não dá é para descobrir que está tudo muito. E que é normal pegar trânsito numa terça-feira às 2 da tarde.
Você pode ler o estudo na íntegra cá.