Setembro 20, 2024
Em estreia mundial, fabricante de aviões apresenta tecnologia de decolagem automática
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A fabricante brasileira de aviões Embraer anunciou esta semana a introdução de um sistema pioneiro que automatiza o processo de decolagem na aeronave E2, um de seus aviões comerciais de fuselagem estreita. A fase de decolagem do voo tem sido tradicionalmente gerenciada somente por pilotos humanos, e o novo sistema promete reduzir a carga de trabalho do piloto na cabine.

O anúncio foi feito no Farnborough International Airshow, com a fabricante de aviões destacando o potencial do sistema para otimizar a carga útil e aumentar o alcance de aeroportos desafiadores como London City (LCY). A Embraer diz que, além de uma atualização de software, nenhuma modificação na aeronave é necessária para automatizar o processo de decolagem.

A automação nas fases de voo faz parte da aviação comercial desde a década de 1960, embora seu uso tenha se tornado mais prevalente nas últimas décadas, gerando alguma controvérsia nos círculos da aviação.

Embraer E2
O Embraer E2 Profit Hunter E195-E2 participa de uma exibição aérea no dia de abertura do Farnborough International Airshow 2024, a sudoeste de Londres, em 22 de julho de 2024.

Imagens Getty

Ansiedades foram levantadas sobre o potencial deslocamento de pilotos e a dependência de sistemas automatizados. A Airline Pilots Association, o maior sindicato de pilotos do mundo, expressou preocupações significativas sobre a mudança para operações de voo autônomas.

“Embora a ALPA apoie o uso da tecnologia para melhorar a segurança e as iniciativas de crescimento sustentável para o nosso sistema de transporte aéreo, a Associação se opõe, e continuará a se opor, a alguns aspectos desses novos conceitos, como operações de voo autônomas, a aplicação de inteligência artificial com a intenção de remover os pilotos da cabine de comando ou a redução da intervenção humana nos controles de uma aeronave”, disse um porta-voz do sindicato. Semana de notícias.

A tecnologia de decolagem autônoma da Embraer é a primeira do mundo para qualquer aeronave comercial. Programado para entrar em serviço até o final de 2025, o E2 Enhanced Take Off System (E2TS) afirma oferecer um alcance adicional de aproximadamente 350 milhas. Enquanto os pilotos permanecem responsáveis ​​pelas configurações de direção e alavanca de potência, o sistema gerencia a rotação.

Ella Atkins, chefe do Departamento Kevin T. Crofton de Engenharia Aeroespacial e Oceânica da Virginia Tech, disse que as preocupações técnicas sobre a decolagem automatizada, uma das partes mais cruciais e complicadas de qualquer voo, eram exageradas.

Ela disse que os pilotos já confiam em pilotos automáticos e instrumentos para voar com segurança em condições climáticas ruins. “Aumentar essa responsabilidade de decolar não será um aumento substancial na confiança de um piloto bem treinado”, disse ela.

O avanço da Embraer em direção a sistemas de decolagem automatizados ressalta o delicado equilíbrio entre inovação tecnológica e segurança da aviação, ocorrendo na sequência de dois acidentes de alto perfil com o Boeing 737 que foram relacionados a um software de controle de voo automatizado que não havia sido transmitido corretamente aos pilotos.

Embora o E2TS prometa maior eficiência e redução da carga de trabalho do piloto, Atkins não acredita que a automação das operações de voo substituirá os pilotos na cabine, como alguns sugeriram.

“As tripulações de voo continuarão monitorando a automação e intervindo até que autoridades de certificação como a FAA aprovem o voo totalmente autônomo (sem exigência de supervisão do piloto). Espero que pelo menos um piloto seja obrigado a supervisionar a autonomia na próxima década, mais porque a comunidade não confia na autonomia do que porque a autonomia não pode funcionar de forma confiável em todas as condições que é solicitada a lidar”, disse ela.

Apesar dos avanços na tecnologia de bordo, ainda há um déficit de confiança significativo em relação aos sistemas totalmente autônomos, especialmente entre o público voador. Atkins previu que a supervisão do piloto continuará sendo um requisito pelo menos na próxima década, embora mais devido à falta de confiança do que a inadequações técnicas.

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