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Por mais que os defensores de Elon Musk o vejam porquê uma figura messiânica, imbuída de poderes semelhantes aos de Steve Jobs para distorcer percepções, as suas ambições têm uma forma de entrar em conflito com a veras.
Musk prometeu carros sem motorista durante anos, muito antes da última investida da Tesla (TSLA) em obséquio dos robotáxis. As reivindicações extraordinárias não deram patente.
Agora que os acionistas aprovaram o impressionante pacote salarial do CEO da Tesla, os investidores estão aguardando o lançamento do robotáxi da empresa em agosto.
E embora o foco da Tesla numa frota autónoma não seja novo, o que mudou desde que Musk começou a prever a autonomia é que os desafios da tecnologia sem condutor ficaram mais claros.
No mesmo dia em que a Tesla confirmou que os seus acionistas votantes apoiaram Musk, a Waymo da Alphabet (GOOG) emitiu um recall para os seus 672 carros sem condutor, para que tivessem menos verosimilhança de colidir com postes telefónicos.
Na semana passada, a General Motors (GM) anunciou um investimento suplementar de 850 milhões de dólares na sua subsidiária autónoma Cruise para ajudar a estancar custos depois do seu serviço de robotáxi ter sido interrompido quando um dos seus carros sem condutor atropelou e arrastou um pedestre.
As empresas de automóveis autónomas dedicadas ainda estão a resolver problemas fundamentais. Mas Musk ainda aposta num porvir independente para o operário de automóveis mais valioso do mundo.
Os investidores estão esperando que Musk compartilhe mais detalhes sobre o projecto do robotáxi durante a próxima inauguração, em 8 de agosto. Mas seria um erro pensar que uma exibição sem luz condenaria a Tesla.
Semelhante a eventos anteriores e ligações de investidores, os detalhes importam menos do que a história que Musk pode narrar, a lealdade de seu fandom e as reações positivas dos analistas que aderem a uma tese otimista.
Quase não importa o que a vitrine de agosto revele sobre o progresso tecnológico da iniciativa robotaxi. A insistência de Musk em posicionar a Tesla porquê uma empresa que vai além da venda de veículos elétricos é o que é mais importante, perdendo exclusivamente para a sua capacidade de convencer as pessoas a continuarem a pensar assim.
Jogo de IA de Musk
“É difícil marchar de trenó lá fora”, disse Musk aos investidores no evento anual de acionistas da Tesla, referindo-se ao mercado de EV.
Não é exclusivamente a Tesla que enfrenta um retrocesso de EV. A demanda está esfriando. E sem automóveis híbridos ou tradicionais movidos a gás, a empresa terá de suportar todo o peso da desaceleração.
Mas Musk, mais uma vez, recorreu ao seu poço profundo de grandes promessas para entusiasmar a sua base.
“Trabalhando no Tesla Master Plan 4. Será heróico,” Musk disse Segunda-feira em sua plataforma de mídia social X.
Uma retrospectiva dos três planos anteriores da Tesla – que envolviam a produção em volume de veículos elétricos e o estabelecimento das bases para a eletrificação global – revela uma história de propostas ambiciosas e até inspiradoras.
Uma vez que a maioria das proclamações de Musk, é evidente, alguns detalhes ainda não foram confirmados. Por exemplo, um projecto para “permitir que o seu sege ganhe numerário quando você não o estiver usando”, proposto em 2016, ainda não ganhou vida.
Mas agarrar-se às estrelas exclusivamente para chegar à lua é a sua própria vitória. E os leais apoiantes da Tesla, talvez com razão, salientam que, ao estabelecer “objectivos alargados”, Musk provocou toda a indústria carro a perseguir agressivamente os veículos eléctricos, impulsionando a sociedade para a frente. Mesmo que neste momento o principal negócio de EV da Tesla esteja sob pressão.
Na reunião de acionistas da Tesla leste mês, Musk também falou sobre o potencial do Optimus, o robô humanóide da empresa, porquê seu próximo grande sucesso.
“Acho que a Optimus tem uma capitalização de mercado de 25 triliões de dólares; é muito trabalho chegar lá, mas estamos avançando muito rápido nesse caminho”, disse Musk na apresentação aos acionistas.
“Não estamos exclusivamente começando um novo capítulo para a Tesla; estamos começando um novo livro”, disse Musk.
Não é a primeira vez. E provavelmente não será o último.
Hamza Shaban é repórter do Yahoo Finance que cobre mercados e economia. Siga Hamza no Twitter @hshaban.
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