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WASHINGTON — O Departamento de Comércio dos EUA anunciou mudanças há muito esperadas nas regras de controlo de exportação de tecnologias espaciais, uma medida que visa reforçar a competitividade americana na indústria espacial global. Os novos regulamentos tornarão mais fácil para as empresas dos EUA venderem satélites, veículos de lançamento e outras tecnologias relacionadas com o espaço a aliados próximos, incluindo o Reino Unido, o Canadá e a Austrália.
Um alto funcionário do Departamento de Comércio compartilhou detalhes sobre as regras atualizadas durante um briefing com repórteres em 17 de outubro, mas não quis ser citado nominalmente.
As alterações reclassificariam muitas tecnologias espaciais como artigos comerciais em vez de armas, removendo os satélites comerciais da Lista de Munições dos EUA, que é regulamentada pelo altamente restritivo Regulamento Internacional do Tráfico de Armas (ITAR), e colocando-os sob a Lista de Controlo de Comércio, mais flexível.
“Estamos a tomar medidas para modernizar os nossos controlos de exportação de itens relacionados com o espaço para reflectir a natureza cada vez mais comercial das actividades espaciais”, disse o responsável. Embora as regras se destinem a agilizar as exportações, o responsável enfatizou que as salvaguardas permanecerão em vigor para evitar que adversários como a China e a Rússia tenham acesso a tecnologias sensíveis.
As revisões baseiam-se no feedback recebido pelo Departamento do Comércio ao longo dos últimos cinco anos, período durante o qual muitas empresas norte-americanas expressaram preocupações de que as regulamentações actuais prejudicassem a sua capacidade de competir com empresas estrangeiras. As empresas argumentam há muito tempo que os requisitos rigorosos do ITAR as colocam em desvantagem em comparação com os concorrentes internacionais que podem oferecer produtos “isentos de ITAR”. As mudanças serão implementadas pelo Bureau of Industry and Security, uma divisão do Departamento de Comércio que supervisiona os controles comerciais.
Nova estrutura de exportação
O ITAR rege há muito tempo a exportação de tecnologias relacionadas com a defesa, incluindo as relacionadas com o espaço, devido a preocupações de segurança nacional. Administradas pelo Departamento de Estado dos EUA, as regras do ITAR exigem extensos processos de licenciamento para quaisquer exportações relacionadas com a defesa, incluindo sistemas espaciais com potenciais aplicações militares, como satélites e naves espaciais. As empresas dizem que isto tem frequentemente dificultado a capacidade da indústria espacial dos EUA de entrar em mercados estrangeiros e participar em colaborações internacionais.
Ao abrigo das novas regras de comércio, certas tecnologias espaciais deixarão de exigir licenças do Departamento de Estado para exportações para aliados de confiança. A primeira grande mudança elimina os requisitos de licenciamento para tecnologias relacionadas com sensoriamento remoto, logística baseada no espaço e manutenção de espaçonaves destinadas ao Reino Unido, Canadá e Austrália. Esta mudança, disse o responsável do Comércio, visa reduzir barreiras regulamentares desnecessárias para os países aliados, ao mesmo tempo que aumenta a segurança colectiva.
Outra mudança nas regras elimina os requisitos de licenciamento para certos componentes de naves espaciais destinadas a cerca de 40 nações aliadas. Também amplia as exceções de licença para itens específicos envolvidos em programas cooperativos da NASA, reduzindo ainda mais a carga sobre as empresas que exportam tecnologias menos sensíveis.
Uma terceira regra proposta – ainda aberta para comentários públicos até 22 de Novembro – poderia aliviar ainda mais as restrições do ITAR, transferindo itens adicionais relacionados com o espaço da Lista de Munições para a Lista de Controlo de Comércio. Esta regra proposta afetaria naves espaciais que contribuem para a conscientização do domínio espacial, prevenção de colisões, acoplamento cooperativo e rastreamento de veículos terrestres e aeronaves, entre outras capacidades.
Impacto na indústria espacial dos EUA
Durante anos, as empresas da indústria espacial, especialmente as do sector de serviços, montagem e fabrico no espaço (ISAM), têm feito lobby por um regime de exportação menos restritivo. Estas empresas, que desenvolvem naves espaciais capazes de prolongar a vida útil dos satélites, reparar problemas mecânicos ou remover satélites obsoletos da órbita, argumentam que a conformidade com o ITAR sufocou a inovação e a colaboração internacional.
Ao flexibilizar estas regras, espera-se que as empresas norte-americanas tenham mais hipóteses de competir a nível mundial, especialmente em mercados dominados por fabricantes estrangeiros que oferecem produtos menos restritos. Mover satélites comerciais e tecnologias relacionadas da Lista de Munições para a Lista de Controlo de Comércio reduziria o tempo e as despesas envolvidas na obtenção de licenças de exportação, argumentaram os executivos, permitindo que as empresas norte-americanas respondessem mais rapidamente à procura internacional.
A indústria espacial está há muito interligada com as tecnologias de defesa, tornando-a sujeita ao complexo processo de licenciamento do ITAR. Isto exigiu que as empresas enfrentassem extensos obstáculos burocráticos, apresentassem documentação detalhada e passassem por rigorosas verificações de conformidade – muitas vezes atrasando os negócios.
As novas regras, disse o funcionário do Comércio, são vistas como uma forma de reduzir a burocracia para as tecnologias espaciais comerciais, ao mesmo tempo que mantêm as salvaguardas contra o uso indevido.
Em contraste com o ITAR, os itens da Lista de Controle de Comércio passam por um processo de revisão mais matizado, com decisões de licenciamento baseadas no uso final da tecnologia e no país receptor. Esta abordagem mais flexível poderia facilitar uma maior cooperação internacional e permitir que as empresas dos EUA entrassem em novos mercados, especialmente na Europa e na Ásia.
“Esta não é apenas uma atualização regulatória”, enfatizou o funcionário do Comércio. “Trata-se de manter a nossa liderança em tecnologia espacial, proteger a nossa segurança nacional e reforçar as nossas parcerias em todo o mundo.”
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