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Há pouco tempo, Donald Trump classificou o bitcoin de “fraude contra o dólar” e “um desastre prestes a estourar”. Sua vitória sobre Kamala Harris na disputa pela Casa Branca, porém, acaba de elevar a moeda virtual à cifra recorde de US$ 75 mil e proporcionar um salto de R$ 1,2 trilhão no valor de todas as criptomoedas em circulação no intervalo de apenas 24 horas, segundos dados da plataforma CoinMarketCap.
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A paixão dos aficionados por criptomoedas em relação a Trump se baseia nas promessas que o republicano tem feito desde sua recente — e interessada — conversão ao setor. Despido do ceticismo que sempre se manifestou sobre o universo criptografado, o bilionário vem dizendo tudo o que essa comunidade — majoritariamente masculino, jovem, branca e alérgica ao Estado — sempre quis ouvir.
‘Não sabia que ele era tão impopular’
Em julho, na conferência Bitcoin 2024 realizada em Nashville, Trump disse que transformaria os EUA em uma “Superpotência do bitcoin” e poria fim ao que chamou de “cruzada anti-cripto” renovada pelo governo de Joe Biden. Foi além, para deleite do público: no primeiro dia de governo, demitiria o presidente da SEC (Comissão de Valores Mobiliáriosque regula o mercado de capitais no país), Gary Gensler — considerado o inimigo número 1 dessa indústria por sua defesa da regulação do setor.
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A euforia da plateia com esse anúncio surpreendeu o próprio Trump, que brincou dizendo que “não sabia que ele era tão impopular” e fez questão de repetir a promessa em busca de mais aplausos.
Trump também vem prometendo libertar Ross Ulbricht, fundador do Silk Road — espécie de boca de fumo virtual na “deep Web”, onde todo tipo de substância era vendida, frequentemente por meio de transações com criptomoedas — que cumpre sentença de prisão perpétua há quase uma década.
Em um programa de governo particularmente vago, já havia chamado a atenção da imprensa americana o especificamente detalhado é a plataforma do Partido Republicano para o universo criptográfico. Segundo reportagem recente da revista New Yorker, o programa fala em “defender o direito de se ‘minerar’ bitcoin” e se opõe à criação de uma moeda digital oficial do Banco Central americano, movimento que ameaçaria os negócios de bilionários desse setor.
Esse giro de 180 graus na visão de Trump sobre bitcoins e fins ocorreu apenas neste ano, já durante a campanha, e está intrinsecamente ligado a seus interesses políticos e até financeiros. Primeiro, o republicano verá o poder de fogo dos doadores da indústria de criptomoedas. Há cinco meses, o WSJ calculou que bilionários do setor já haviam arrecadado US$ 170 milhões em doações para gastar na corrida eleitoral.
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Um dos principais arrecadadores da campanha de Trump (e vice-presidente de seu comitê de transição) é Howard Lutnick, CEO do conglomerado financeiro Cantor Fitzgerald e velho amigo do presidente-eleito. O executivo foi caracterizado pelo Wall Street Journal como “maior líder de torcida do setor criptográfico em Wall Street”.
Outro exemplo: cada um dos gêmeos Winklevoss — que acusaram Mark Zuckerberg, ex-colega da dupla em Harvard, de roubar deles a ideia para o Facebook — doou US$ 1 milhão em bitcoins para a campanha de Trump. Os irmãos são fundadores da corretora de criptomoedas Gemini.
Os negócios de Trump também foram permeados pela influência criptográfica. Desde 2022, o republicano vendeu aos seus apoiadores quatro coleções de NFTs, figurinhas digitais registradas com a tecnologia por trás das criptomoedas.
Este ano, Trump foi além e lançou a World Liberty Financial, cujo propósito ainda é obscuro, mas que, nas palavras da companhia, pretende “fazer o setor criptográfico e a América grande ao estimular a adoção em massa de ‘stablecoins’ (um tipo de criptomoeda) e de finanças descentralizadas”.
Com Trump a caminho da Casa Branca, resta saber (mais uma vez, diga-se…) como sua própria fortuna será afetada por suas promessas e se de fato elas estão de pé — com os prós e contras que o apoio irrestrito a uma tecnologia Inovador, mas marcado por fraudes multibilionárias, pode representar para a maior economia do planeta.
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