Novembro 16, 2024
Proibição da plataforma X de Elon Musk é mantida pelo Supremo Tribunal Federal | Notícias de Tecnologia
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Os juízes votam para manter a proibição, que ocorre em meio a um impasse sobre alegações de desinformação e discurso de ódio.

Todos os cinco juízes do painel da Suprema Corte votaram para manter a proibição da plataforma de mídia social X de Elon Musk no Brasil.

A medida de segunda-feira respalda a decisão do Juiz Alexandre de Moraes, um dos cinco juízes, de fechar a X no Brasil. A proibição, que entrou em vigor no sábado, foi ordenada por Moraes após a empresa perder um prazo imposto pelo tribunal para nomear um representante legal no país sul-americano.

“Não é possível que uma empresa atue no território de um país e pretenda impor sua visão sobre quais regras devem ser válidas ou aplicadas”, disse o ministro Flavio Dino ao se juntar ao ministro Cristiano Zanin para ficar do lado de Moraes.

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“Uma parte que intencionalmente deixa de cumprir decisões judiciais parece se considerar acima do império da lei. E assim pode se tornar um fora da lei.”

Os juízes Carmen Lucia e Luiz Fux também apoiaram Moraes, tornando a decisão unânime. No entanto, alguns dos juízes disseram que a suspensão poderia ser revertida se X cumprisse decisões judiciais anteriores.

A ordem original de Moraes, divulgada na sexta-feira, chamou Musk de “fora da lei” que pretendia “permitir a disseminação massiva de desinformação, discurso de ódio e ataques ao estado democrático de direito, violando a livre escolha do eleitorado, ao manter os eleitores longe de informações reais e precisas”.

A empresa ordenou que todas as operadoras de telecomunicações do país fechassem a X. A proibição permanecerá em vigor até que a X cumpra a ordem de Moraes e pague as multas pendentes, que ultrapassaram US$ 3 milhões até a semana passada.

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Musk, que comprou a X, anteriormente conhecida como Twitter, em 2022, condenou a ação como censura. Na sexta-feira, ele chamou a plataforma de a principal “fonte da Verdade” no Brasil. Ele ainda chamou Moraes de “ditador”.

Desde que o X foi comprado por Musk, o empresário sul-africano se livrou da maioria das equipes de moderação de conteúdo da plataforma e tem cada vez mais promovido conteúdo de extrema direita e alegações infundadas em seu próprio feed pessoal, mais recentemente entrando em uma briga com o governo do Reino Unido sobre os tumultos anti-imigrantes e anti-muçulmanos no país. Ele também apoiou Donald Trump para presidente dos Estados Unidos e, em agosto, realizou uma entrevista deferente com o ex-presidente e candidato republicano para a eleição de novembro.

Mas o Brasil parece estar falando sério sobre reprimir o X em sua iteração atual. A proibição ameaça um dos maiores mercados da empresa e acontece em um momento em que Musk tem lutado para aproveitar a receita de publicidade. Há uma estimativa de 40 milhões de usuários do X no Brasil, que tem uma população de cerca de 215 milhões.

Empresas e indivíduos flagrados usando a plataforma por meio de uma conexão criptografada podem enfrentar multas pesadas de até 50.000 reais (US$ 9.000) por dia.

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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou na segunda-feira, dizendo à CNN Brasil que estava “satisfeito” com a decisão do painel do Supremo Tribunal Federal e que ela envia uma mensagem.

Provedor de internet de propriedade de Musk desafia

Enquanto isso, pouco antes da votação, a provedora de internet via satélite Starlink notificou a agência reguladora de telecomunicações do Brasil, a Anatel, que não cumpriria a ordem de proibir X.

A Starlink também é de propriedade de Musk e é uma subsidiária de sua empresa SpaceX.

Moraes congelou na semana passada as contas bancárias brasileiras da Starlink, em uma decisão que surgiu de uma disputa separada sobre multas não pagas que a X foi condenada a pagar por não entregar alguns documentos.

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A Starlink, que tem mais de 200.000 clientes no Brasil, disse que não cumpriria a ordem de banimento de X até que suas contas fossem descongeladas.

Em resposta, a Anatel alertou que a Starlink poderia enfrentar diversas sanções, incluindo a revogação de sua licença local.

A empresa acrescentou que a Starlink é até agora a única operadora de telecomunicações a resistir à proibição.

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