Aquilo que está a sobrevir em Portugal na relação entre a classe política e o poder judicial é uma tragédia, mas é uma tragédia anunciada há muito. Não vale a pena estar a partilhar responsabilidades por todos, porque o principal responsável é só um: quem tem o poder de traçar a arquitectura do sistema político e judicial português. Esse poder não está nas mãos dos investigadores, dos procuradores ou dos juízes – está nas mãos dos políticos, que, por falta de compromissos, cobardia e manifesto interesse pessoal, deixou que as coisas se arrastassem até cá, à boleia de uma frase abstrusa e inaplicável que António Costa impôs uma vez que um mantra: “À política o que é da política; à justiça o que é da justiça.”
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